De fato, há várias coisas a se admirar nesse
filme. Além do visual de tirar o fôlego e dos efeitos especiais
surpreendentes, eu fiquei especialmente fascinado pelas três
palavras simples com que o povo Na’vi se cumprimentava: “eu vejo
você”.
Como explicado no filme, significa mais do que ver o outro fisicamente, com os olhos. Significa ver dentro do outro, compreender o outro, acolher o outro. Significa ver o coração da outra pessoa, a pessoa da outra pessoa.
Como explicado no filme, significa mais do que ver o outro fisicamente, com os olhos. Significa ver dentro do outro, compreender o outro, acolher o outro. Significa ver o coração da outra pessoa, a pessoa da outra pessoa.
E aqui, James Cameron, o escritor e diretor do
filme, pode muito bem ter se servido diretamente de Santo Agostinho.
Foi o “Doutor da Graça” quem disse que o desejo mais profundo do
coração humano é ver o outro e ser visto pelo olhar amoroso do
outro (ver Sermão 69, c. 2, 3).
Esse anseio de ver e ser visto, assim como a
própria beleza do distante planeta Pandora, remonta ao Éden, à
forma original de “ver”, sobre a qual João Paulo II reflete em
sua Teologia do Corpo. Como o último Papa expressou, o primeiro
homem e a primeira mulher “viam o outro mais plena e claramente do
que através do próprio sentido da visão.” Eles viam um ao outro
com um “olhar interior” um olhar que vê “dentro” do outro,
criando um vínculo profundo de paz e intimidade.
Um “olhar interior” é precisamente o que o
povo Na’vi expressa quando diz “eu vejo você”. E isso, creio
eu, é um dos atrativos de Avatar: o filme nos convida para uma
maneira diferente de ver um ao outro, e o mundo ao nosso redor. (Teologia do Corpo)
__________
Tradução de trechos do artigo “’I See
You’: From Augustine to Avatar”, de Christopher West. Veja o
artigo original em:
http://www.christopherwest.com/page.asp?contentID=137
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